ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 12.08.1997.

Aos doze dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e treze minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os cento e trinta anos de fundação da Sociedade de Ginástica Porto Alegre, SOGIPA , nos termos do Requerimento nº 62/97 (Processo nº 929/97), de autoria do Vereador Lauro Hagemann. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre, representando o Senhor Prefeito Municipal; o Senhor Dalci Carlos Matiello, Assessor Parlamentar, representando o Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor José Benedicto Ledur, Presidente do Conselho Deliberativo da SOGIPA, representando a Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul, FEDERASUL; o Major Mauri José Fuhr, representando o Comando-Geral da Brigada Militar; o Senhor Fernando Carlos Becker, Presidente da Sociedade de Ginástica Porto Alegre, SOGIPA ; a Senhora Vera Maria Becker, esposa do Senhor Fernando Carlos Becker; o Vereador Carlos Garcia, 3º Secretário da Casa. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto da Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Benigno Rocha, representando a Associação Riograndense de Imprensa; dos Senhores Gerhard Theisein, Aroni Becker, Décio Khron, Neori Muller e Raul Ramos, respectivamente Presidente Honorário, Vice-Presidente Honorário, Vice-Presidente Administrativo, Vice-Presidente Cívico-Cultural e Vice-Presidente de Esportes da SOGIPA ; dos Professores Kuniharu Satoh e Kiyoji Ono, representantes da Província de Shiga; do Senhor Fumihiko Shiyake, Coordenador do Intercâmbio entre o Rio Grande do Sul e a Província de Shiga; do Senhor Norton Lenhardt, Presidente da Câmara de Turismo do Rio Grande do Sul. Também, o Senhor Presidente registrou o recebimento de correspondência alusiva à presente solenidade de autoria do Deputado Arno Frantz; do Senhor Wilson Antônio Rodrigues Bilhalva, Juiz Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região; da Deputada Maria do Carmo Bueno, Líder do PPB na Assembléia Legislativa do Estado; do Deputado Iradir Pietroski, Secretário de Estado do Trabalho, Cidadania e Assistência Social; do Deputado Paulo Vidal, Líder do PSDB da Assembléia Legislativa do Estado; do Senhor Cézar Schirmer, Secretário de Estado da Agricultura. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, procedeu a relato sobre a história da SOGIPA, salientando a fundação, há cento e trinta anos, com o nome de "Deutscher Turnverein", sociedade destinada a incentivar a prática do esporte, buscando a preservação da identidade e cultura dos imigrantes alemães e a integração com a comunidade brasileira. Após, o Senhor Presidente apregoou Requerimento da Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, declarando empossado na vereança o Suplente Jocelin Azambuja e informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. A seguir, deu-se continuidade aos pronunciamentos dos Senhores Vereadores. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, analisou a importância do lugar assumido pela SOGIPA junto ao povo de Porto Alegre, homenageando, através dessa Sociedade, a todas as instituições que buscam valorizar o "espaço da cultura, do esporte, do lazer, da convivência cidadã e da harmonia entre as pessoas". O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, lembrando Sófocles ao afirmar que "o homem é um ser gregário que só sobrevive em comunidade", discorreu sobre a atuação da SOGIPA na formação plena e na integração do povo gaúcho, declarando terem as diretorias dessa Sociedade sempre norteado seu trabalho pelos princípios éticos que guiaram sua fundação, há cento e trinta anos. A Vereadora Anamaria Negroni, em nome da Bancada do PSDB, registrou o nome de Alfred Schütt, idealizador da "Deutscher Turnverein", Sociedade Alemã de Ginástica, discorrendo sobre a transformação desse "pequeno clube fundado para cultivar o espírito associativo e a ajuda mútua na grande Sociedade de Ginástica Porto Alegre", de forte projeção a nível estadual e nacional. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome das Bancadas do PFL e do PMDB, ressaltou a justeza da presente homenagem, como o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre à política esportiva e cultural sempre levada a efeito pela SOGIPA, marcada pela procura do desenvolvimento dos esportes olímpicos em nosso Estado e da convivência fraterna entre os cidadãos. O Vereador Carlos Garcia, em nome da Bancada do PSB, destacando que a SOGIPA , "ao longo dos seus cento e trinta anos, conseguiu manter uma perfeita harmonia entre o social e o esportivo", teceu comentários sobre suas primeiras recordações dessa Entidade, declarando que uma homenagem à SOGIPA é uma homenagem "ao lazer, ao esporte, à cultura e, antes de mais nada, à comunidade" que ela integra. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, lembrando ligações que mantém com diversos dirigentes da SOGIPA, salientou fazer ela "parte da história política, social, cultural e esportiva da vida da Cidade e do Estado", analisando a repercussão, nos mais diversos segmentos da comunidade porto-alegrense, dos eventos ali promovidos. O Vereador Jocelin Azambuja, em nome da Bancada do PTB, afirmou ser a SOGIPA "um oásis dentro das relações da nossa Cidade, porque tem contribuído de forma profunda com a nossa juventude", combatendo, através de sua programação esportiva e cultural, aspectos negativos do mundo contemporâneo. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para ouvirem a apresentação das músicas "Holleri", "Sereno" e "Heveno Shalom", pelo Coral do Departamento de Plenitude da SOGIPA, regido pela Senhora Odete Krohn, e, após, concedeu a palavra ao Senhor Fernando Carlos Becker que, em nome da Sociedade de Ginástica Porto Alegre, agradeceu a homenagem prestada pela Casa. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para ouvirem à execução do Hino Riograndense e, agradecendo a presença de todos, declarou encerrada a presente Sessão às dezesseis horas e cinqüenta e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Clovis Ilgenfritz e secretariados pelo Vereador Carlos Garcia. Do que eu, Carlos Garcia, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): É com muita satisfação que estamos abrindo esta 17ª Sessão Solene. Estamos reunidos hoje para uma homenagem ao 130 anos da fundação da Sociedade Ginástica Porto Alegre - SOGIPA. Esta homenagem foi votada por unanimidade no nosso Plenário e é fruto do Requerimento nº 62, Proc. 929/97, e que é de autoria do Ver. Lauro Hagemann.

Nós vamos compor a Mesa chamando o Exmo. representante do Prefeito Municipal, Sr. Vice-Prefeito e Secretário de Governo, José Fortunati; Presidente da Sociedade Ginástica Porto Alegre, Sr. Fernando Carlos Becker; representante do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Dalci Carlos Matiello - Assessor Parlamentar; Sra. Vera Maria Becker, esposa do Presidente da SOGIPA; representante da Federasul, Sr. José Benedicto Ledur - Presidente do Conselho Deliberativo da SOGIPA; representante do Comando Geral da Brigada, Major José Mauri Fuhr.

Convidamos todos para, em pé, ouvirmos a execução do Hino Nacional.

(É executado o Hino Nacional.)

A Sociedade SOGIPA vai bater um recorde, porque temos todas as bancadas da Casa inscritas. Não foi delegado para nenhum Vereador representar o outro. Isso é importante para nós, embora as representações também sejam, muitas vezes, fundamentais.

Passamos a palavra ao primeiro orador, que é o proponente da homenagem, Ver. Lauro Hagemann, que fala pelo seu partido, o Partido Popular Socialista.

O SR. LAURO HAGEMANN: (Saúda os componentes da Mesa.) Srs. Conselheiros da SOGIPA, Srs. Associados da SOGIPA, Senhoras, Senhores e, protocolarmente, Srs. Vereadores. Nada mais adequado do que esta homenagem à Sociedade Ginástica Porto Alegre, prestada pela nossa Câmara Municipal. Afinal, a Casa tem apenas 94 anos a mais e, portanto, podemos considerá-la a irmã mais velha da SOGIPA. Por isso, sentimo-nos muito à vontade neste dia, e é nesse espírito de confraternização que recebemos aqui os seus diretores, sócios, atletas e amigos.

Em uma época em que o Rio Grande do Sul passava por grandes transformações, os primeiros imigrantes alemães assentaram as bases de uma nova cultura em nosso Estado, em 1824, no Vale dos Sinos. Esse novo modo de vida e de costumes veio influenciar também as transformações na então emergente Porto Alegre. Foi com as levas subseqüentes de imigrantes alemães que se fixaram em nossa Cidade, principalmente na segunda metade do século XIX, que este povo passa a se integrar definitivamente na nova terra.

Diferentemente dos primeiros colonos, as dificuldades encontradas pelos novos imigrantes já não eram tão intensas e a integração com a sociedade local, paralelamente com a preservação da cultura de origem, passou a ser mais harmoniosa.

Foi nesse contexto que, em 1867, um grupo de alemães, amantes da ginástica, funda em Porto Alegre a “Deutscher Turnverein”, uma sociedade para incentivar a prática desse esporte. Fato agregador de alemães na terra nova, esta sociedade marca a sua presença pelas realizações sócio-culturais, mas, sobretudo, pelas atividades esportivas em nossa Cidade. Através do esporte, procuravam preservar sua identidade e com isso transmitiam à comunidade local sua cultura e seus costumes, alimentando sua integração com os brasileiros.

Anos após a fundação, em maio de 1915, o primeiro número do “Deutsche Turnblätter”, publica no seu editorial de apresentação:

“Stärtung unseres deutschen volkstums und unserer deutschen volkskraft durch die pflege deutscher sitten, deutschen turnens und des deutschen liedes, indem wir frisch, fromm, fröhlich und frei für unseren turner-bund, sowie die deutsche turnerschaft von Rio Grande do Sul arbeiten.”

Essas palavras traduzem o sentido que os imigrantes queriam dar à prática da ginástica na nova terra: uma educação do corpo que visava a uma construção moral do indivíduo, um conjunto de atividades que fortificasse os laços com a Mãe-Pátria, preservando e recriando na diáspora uma cultura alemã.

Desde a “Deutscher Turnverein”, de 1867, passando pela “Turnerbund”, de l892, até a SOGIPA, de l942, essa sociedade tem-se mostrado fiel aos princípios que nortearam a sua fundação: manter viva a identidade de um povo e, ao mesmo tempo, integrá-la ao convívio social da comunidade. Mesmo em tempos difíceis, como nos anos de guerra, nas décadas de 30 e 40, essa sociedade soube compreender a nova realidade e a sua profunda vinculação com o Brasil, já resultado da existência de gerações teuto-brasileiras, evitando qualquer conotação política em suas atividades sociais e esportivas.

A Sociedade de Ginástica Porto Alegre cumpriu o seu papel idealizado em l867. Promoveu a integração dos dois povos, infundiu a força e a vontade do povo alemão e despertou no gaúcho o interesse pelo esporte, pois o exemplo da velha “Deutscher Turnverein” foi copiado em colônias alemãs por todo o interior do Estado.

Por isso, nessas 13 décadas, se tivéssemos que destacar um nome que representasse o ideal sogipano, necessariamente lembraríamos de Jacob Aloys Friederichs, jovem ginasta, imigrante de l884, que, merecidamente, recebeu o título de Pai da Ginástica no Rio Grande do Sul.

Para aqueles que quiserem conhecer mais sobre a história da Sociedade de Ginástica Porto Alegre, recomenda-se a leitura de dois livros: o primeiro, do médico Carlos Hofmeister Filho, intitulado “Doze décadas de história”. Ele descreve a formação histórico-social do nosso Estado e a fundação e trajetória da SOGIPA nesse contexto; o segundo, da historiadora Haike Roselane Kleber da Silva, intitulado “SOGIPA, uma trajetória de 130 anos - edição comemorativa”. A autora, além da pesquisa histórica, interpreta os fatos históricos e o papel da entidade na nossa comunidade.

A Cidade de Porto Alegre, ao prestar esta homenagem à SOGIPA, agradece a contribuição desta Sociedade, de seus dirigentes e de seus atletas ao desenvolvimento esportivo e cultural do Rio Grande, pois hoje, aonde quer que vá, o atleta sogipano leva consigo o nome da nossa Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Antes de passarmos a palavra ao próximo orador, nós temos um Requerimento, de autoria da Vera. Tereza Franco, solicitando licença para tratamento de saúde. Em seu lugar, assume o Ver. Jocelin Azambuja, que é orador previsto nesta Sessão.

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

Nós passamos a palavra ao Ver. Adeli Sell, que falará pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da Mesa.) Coube a mim falar em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. É um grande prazer, uma grande honra dizer, aqui, algumas palavras, porque, com a fala do proponente desta Sessão, Ver. Lauro Hagemann, já foi dito bastante e de muita importância do lugar da SOGIPA em nossa Cidade.

Quero falar fundamentalmente da Instituição e das instituições em nosso País e em nossa Cidade, porque somos, infelizmente, um país de precariedades: precariedade das suas instituições, precariedade de seus clubes, precariedade da sua vida social, mas, sem dúvida alguma, quando nós olhamos para a trajetória de 130 anos de uma instituição que não é estatal, uma instituição que vem, pura e simplesmente, pela vontade e determinação de pessoas de se reunirem, de se organizarem em um clube, em uma sociedade e defenderem o esporte, a cultura e o lazer, eu diria que aqui está um exemplo para o qual devemos olhar e ver claramente a possibilidade que existe em nossa Cidade, em nosso Estado e em nosso País, de construir instituições que sejam modelares, que sejam um exemplo para os dias de hoje e para as gerações do futuro, para os jovens de hoje, nossos filhos e netos poderem sonhar com um mundo melhor. A SOGIPA é uma instituição desse modelo, não apenas pelos seus 130 anos, apesar de considerar que isso é um elemento fundamental, porque são anos e anos de trajetória de uma entidade que foi mantida por ideais, que foi mantida desde a sua base, porque desde o início estão os fundamentos que deram guarida durante todos esses anos, desde 1867. Portanto, quero não apenas fazer uma homenagem à SOGIPA, mas fazer uma homenagem às instituições, tão necessárias para o Brasil de hoje e fundamentalmente para o Brasil de amanhã, porque, sem isso, não é possível sonhar. E precisamos sonhar com instituições que dêem ao povo brasileiro, que dêem ao povo da nossa Cidade aquele espaço que hoje é tão limitado, como é o espaço da cultura, do esporte, do lazer, da convivência, da harmonia entre as pessoas.

Queremos dizer aos representantes da SOGIPA, àqueles que de fato constroem essa sociedade, aos seus ginastas, apoiadores, que é preciso, sim, apesar desta homenagem, da importância que tem este ato, ainda fazer uma cobrança à SOGIPA: que a SOGIPA seja mais ousada ainda e que se integre ao Poder Público Municipal numa grande parceria com a Cidade de Porto Alegre, com esta Câmara de Vereadores, para que possamos, juntos, fazer com que esta Instituição seja mais um exemplo para outras tantas de que é possível não apenas viver muitos e muitos anos, mas trazer para o futuro um exemplo junto, também, ao Poder Público Municipal. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Queremos destacar, como extensão da Mesa já formada, a presença do Sr. José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto da Secretaria de Educação do Estado; Sr. Gerhard Theisen, Presidente Honorário da SOGIPA; Sr. Benigno Rocha, representante da ARI; Sr. Aroni Becker, ex-Presidente da SOGIPA; Sr. Décio Khron, Vice-Presidente Administrativo; Sr. Neori Muller, Vice-Presidente Cívico-Cultural; Sr. Raul Ramos, Vice-Presidente de Esportes; Representantes da Província de Shiga: Prof. Kuniharu Satoh, Prof. Kiyoji Ono, Fumihiko Shiyake, coordenador do intercâmbio entre o Rio Grande do Sul e a Província de Shiga. Também queremos destacar os diretores, conselheiros e associados da SOGIPA; presidentes de clubes coirmãos que prestigiam este ato; a Imprensa, que sempre nos prestigia, e os demais convidados. Destacamos, ainda, o recebimento de correspondência do Deputado Arno Frantz; do Sr. Wilson Antônio Rodrigues Bilhalva, Juiz Presidente do TRT da 4ª Região; da Deputada Maria do Carmo Bueno, Líder partidária do PPB na Assembléia Legislativa; do Deputado Iradir Pietroski, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Rio Grande do Sul; Deputado Paulo Vidal, Líder do PSDB; Secretário de Estado da Agricultura, Cézar Schirmer.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra pela Bancada do PPB.

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) “O homem é um ser gregário que só sobrevive em comunidade.” (Sófocles) Como se constroem comunidade e sociedade e como se constrói o bem comum? Naturalmente, o homem, nos seus imensos talentos que Deus lhe deu, arquitetou várias formas.

Eu gostaria de enfocar o caminho que um grupo de pessoas, há 130 anos, tomou. O caminho, os propósitos, os objetivos dos fundadores foram um sonho. Bons princípios e perseverança. Por isso que hoje a Câmara Municipal de Porto Alegre homenageia a SOGIPA, pelo sonho, pelos bons princípios e pela perseverança que norteou seu fundador, Alfred Schütt, e seu primeiro Presidente, Willam Terbrigen. Esse mesmo caminho que norteia a diretoria do Presidente Fernando Carlos Becker e que certamente norteou todas as diretorias há 130 anos.

Hoje, no fim da manhã - costumo sempre telefonar para meu pai de 85 anos e que praticamente não mais caminha; ele foi um grande jogador de bolão -, quando falei a meu pai que estava indicado para, em nome do Partido Progressista Brasileiro, dos nossos Vereadores João Antônio Dib e Pedro Américo Leal, saudar a SOGIPA pelos 130 anos de fundação, ele, emocionado, me lembrou: “Eu me recordo quando tinha 14 anos, lá pelos idos de 1926, 1927, e fui escalado para integrar, como enxerto, a equipe da Sociedade Esportiva Feliz, que veio a Porto Alegre participar de um torneio com a SOGIPA. Naquele ano, ainda se chamava “Turnerbund”, lá na Alberto Bins. A primeira partida nós perdemos, mas a segunda nós ganhamos”. Que coisa linda - uma memória de 70 anos hoje aqui refletida!

Essa equipe foi acompanhada e liderada pelo grande esportista de bolão da equipe da SOGIPA, mas que, naquela época, participativa da equipe de Feliz. O Balduíno Einsfeld, juntamente com o Vítor Ruschel, capitaneou aquela equipe que veio jogar com o “Turnerbund” em Porto Alegre.

Já na minha juventude, na distante São Luiz Gonzaga, eu lia o “Correio do Povo” todas as segundas feiras, que, às vezes, lá chegava nas terças-feiras. Eu lia sempre a mesma notícia: a vitória dominical do Ervino Stobaus - ele sempre ganhava. Era sempre a mesma notícia. Que coisa linda!

Agora, mais recentemente, aqui em Porto Alegre, por volta de 78/79, meu filho Alexandre participativa da equipe infantil da SOGIPA, de basquete, e naturalmente eu, como pai - seu maior fã -, queria ganhar sempre através do meu filho. Um dia, lembro bem, e é muito próprio para esta oportunidade, a SOGIPA participativa da final de um campeonato estadual infantil, aqui em Porto Alegre, contra um tradicional adversário, também de Porto Alegre. Nesse campeonato, o adversário estava usando de meios desleais contra o time da SOGIPA, mas isso não era observado pelo juiz da partida. Eu, naquele ardor de uma partida final, de uma decisão, fui reclamar do técnico que se chamava Mário Brauner, exemplo de cidadão. Ele, todo respeitoso, mesmo no ardor de uma partida, com calma, com a tranqüilidade que lhe era peculiar, disse-me: “Sr. Nedel, nós, aqui na SOGIPA, não jogamos basquete; nós, aqui, formamos pessoas”. E não usou de meios desleais na partida. Isso me deixou uma grande lição.

Por isso, Senhoras e Senhores, é que todos se orgulham hoje da SOGIPA. Recebam, Senhores dirigentes, atletas, funcionários, associados da SOGIPA, as nossas mais sinceras homenagens de gratidão. Porto Alegre agradece sensibilizada por cumprirem a sua sublime missão, a missão de melhorar este mundo, e isso a SOGIPA está conseguindo. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Além dos oradores inscritos, queremos registrar a presença dos Vereadores João Dib e Fernando Záchia. A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra para falar em nome da Bancada do PSDB.

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: (Saúda os componentes da Mesa.) Senhoras do Coral, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Falo em meu nome, bem como da Bancada do PSDB, representando também os Vereadores Antonio Hohlfeldt e Cláudio Sebenelo. Inicialmente, gostaria de registrar minha saudação àqueles imigrantes alemães que, em 1867, criaram a “Deutscher Turnverein”, Sociedade Alemã de Ginástica. Juntamente com Alfred Schütt, o idealizador, 25 sócios fundaram aquele que se tornaria um dos maiores clubes do Brasil, hoje com 35 mil sócios. Certamente, aqueles imigrantes não imaginavam que o pequeno clube que fundavam para cultivar o espírito associativo e a ajuda mútua se transformaria no gigante dos dias de hoje. O cunho patriótico, militar, nacionalista e desportivo foi tão forte que, ao longo dos anos, o ideal daqueles 25 alemães criou raízes e transformou o pequeno “Deutscher Turnverein” na grande Sociedade de Ginástica de Porto Alegre.

Falar aqui da importância da SOGIPA seria repetir o óbvio e cair na mesmice de ressaltar sua invejosa infra-estrutura com quadras de tênis, piscinas para as mais diferentes finalidades, além de seu imenso centro de esportes com metragem superior a 15 mil metros quadrados e seu estádio de atletismo com capacidade para cinco mil pessoas, restaurantes e uma sede social com 11 mil metros quadrados.

No momento em que nos reunimos para homenagear os 130 anos de fundação da SOGIPA, o mais importante, no entender desta Vereadora, será destacar o trabalho daqueles que por todo o tempo deram muito de si para fazer daquela pequena associação de imigrantes alemães o grande clube de hoje e que, por não ter parado no tempo, continua crescendo dia a dia.

Por certo, as pessoas que dirigiram a SOGIPA ao longo desses 130 anos foram as grandes responsáveis pelo seu crescimento, homens e mulheres que, aos poucos, com muita perseverança, fizeram com que o clube atingisse parâmetros nem imaginados por seus fundadores. Foi certamente um trabalho quase anônimo e desinteressado, hoje desempenhado por sua atual presidência, diretoria, funcionários e, por que não dizer, associados. É na pessoa do Sr. Fernando Carlos Becker, o atual Presidente da SOGIPA, que destaco o incansável trabalho de toda uma gama de pessoas que forma a diretoria da entidade. São eles - os vice-presidentes, diretores, funcionários - os responsáveis pela manutenção dos objetivos fundamentais de Alfred Schütt.

Seria impossível, em tão pouco espaço, destacar todos os feitos da SOGIPA, tanto na área social como, principalmente, no setor esportivo, em que a Sociedade de Ginástica Porto Alegre vem conquistando incontáveis e destacados títulos, projetando, no cenário mundial dos esportes, não somente nossa Cidade, como o Rio Grande do Sul e, por que não dizer, o Brasil. Gostaria, no entanto, de prestar uma homenagem à beleza da mulher sogipana, destacando, em especial, sua mais recente conquista, na pessoa da bela Bárbara Binotto Brognoli, que tive o prazer, como membro do corpo de jurados, de ajudar a eleger como Miss Itália no Brasil. Ela, indiscutivelmente, representa não só a SOGIPA, mas, certamente, a todos nós, gaúchos e, principalmente, as mulheres de nossa terra.

Ao concluir, Sr. Presidente, Senhoras e Senhores, quero enfatizar minha homenagem a todos os que ajudaram a construir esse verdadeiro gigante que é a SOGIPA. Foi graças ao trabalho de todos aqueles que passaram pela direção da entidade, colocando tijolo sobre tijolo para entregá-la, grande como é hoje, a seus 35 mil associados, que a “Deutscher Turnverein” transformou-se na Sociedade de Ginástica Porto Alegre, que tanto orgulha a todos nós.

Parabéns e os nossos mais caros agradecimentos à diretoria sogipana e a todos aqueles que trabalharam em prol do engrandecimento da sociedade, do esporte e da cultura da nossa Capital e, certamente, do Rio Grande do Sul. Muito grata. (Palmas)

(Não revisto pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE: Queremos considerar, como extensão da Mesa, o Presidente da Câmara de Turismo do Rio Grande do Sul, nosso amigo Norton Lenhardt.

Passamos a palavra ao Ver. Reginaldo Pujol, que falará pelo Partido da Frente Liberal e pelo PMDB.

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa.) É evidente que uma entidade com a tradição da Sociedade de Ginástica Porto Alegre, ao ver comemorado os seus 130 anos de ininterruptas atividades, com toda a certeza justificaria, como efetivamente justifica, que a comunidade de Porto Alegre, na qual ela se encontra inserida, lhe tribute as homenagens que o fato assim determina.

A Câmara Municipal de Porto Alegre, que representa todas as correntes do pensamento político que militam no Município, no seu pluralismo não poderia ficar alheia de todas as homenagens que justificam a reunião desta tarde em que presença tão ilustre vem se somar ao já nominados integrantes da Mesa nos festejos promovidos por este Legislativo para sinalizar com o destaque devido os 130 anos da nossa SOGIPA. Todos nós, que temos a representação popular nesta Casa, de uma maneira ou de outra temos com a entidade homenageada algum vínculo de afeição, simpatia, solidariedade e até mesmo integração. Não fujo à regra. Filho de uma cidade do interior do Rio Grande muito distante daqui - 600 Km de Porto Alegre fica a minha Quaraí -, descendente direto de catalão, em 64 cheguei à Capital do Estado e aqui já encontrei a SOGIPA na sua fase nacionalizada, com as suas atividades emergentes, onde hoje funciona todo o seu complexo sócio-esportivo, mas ainda com vínculos à antiga sede da Av. Alberto Bins. Jovem, fui morar na Av. Benjamin Constant, 878, entre a Marcelo Gama, Carlos Von Kozeritz, e a Felicíssimo de Azevedo, e, naquela época, a gente identificava a nossa residência por dois referenciais básicos: ou se dizia que era logo adiante de onde terminava o Bonde São João ou um pouco antes da SOGIPA, que já havia inaugurado o seu complexo esportivo e que começava a se consolidar naquela área de Porto Alegre. É evidente que, na adolescência, vinculado às atividades esportivas que ali se desenvolviam, eu, em várias ocasiões, delas participei. Confesso, depois de 30 ou 40 anos, que eu entrava, fortuitamente, pelo fundo do campo de “handball”, onde havia a casa dos escoteiros. Ali havia uma pequena fenda hábil e tempestivamente aberta na tela que nos permitia praticar o futebol, para desagrado da pessoa que mantinha o campo com o objetivo de ali desenvolverem-se as atividades do esporte que mais tarde daria à SOGIPA notoriedade internacional, o “handball”, conquistando sucessivos títulos em nível nacional, pan-americano e até mesmo mundial.

Lamento que, de certa forma, eu tenha prejudicado inconscientemente e retardado esse sucesso da nossa SOGIPA. Mas se, de certa forma fortuitamente, eu me fazia inserir na área esportiva, abertamente eu participava das festas que ainda se realizavam na Av. Alberto Bins, na sede antiga, às vezes nas programações que eram cedidas ao Clube Dinamite, à Sociedade Panamirim e a outras entidades que locavam o salão, que era, indiscutivelmente, o salão de festas da Cidade. Lendo, rapidamente, essa magnífica publicação que me foi entregue no dia de hoje, eu via uma expressão que retrata fidedignamente alguma coisa dos anos 50 e do início dos anos 60, quando uma senhora, num depoimento sobre a época, dizia que costumávamos dizer que “tínhamos ido ao baile da SOGIPA” ou que “iríamos ao baile da SOGIPA”, porque era o “point” da Cidade de Porto Alegre. A juventude procurava e disputava, garbosamente, um espaço naquela festividade social que bem marcava o prestígio daquela entidade que continua até os dias de hoje prestigiado.

Amenamente, e não querendo me arriscar a comentários históricos a respeito da entidade, porque, fatalmente, Dr. Becker, eu iria esbarrar em algumas citações em alemão, mais propícias para o Nedel do que para este descendente de catalão, da forma como me é permitido pela singularidade e pela amplitude que representa a SOGIPA, venho à tribuna em nome do PFL para reafirmar conceitos já expostos pelos meus colegas que me antecederam, para dizer que tanto o meu Partido, como o PMDB, a quem tenho a honra de representar nesta ocasião, reconhecem e proclamam a importância que essa sociedade, marcadamente alemã no seu início, tem na integração social de Porto Alegre dos dias contemporâneos. Nós não desconhecemos a influência da SOGIPA no desenvolvimento dos desportos olímpicos em nosso Estado, onde pontificam sempre valores sogipanos no atletismo, no “handball”, no punhobol, nas mais diversas atividades esportivas que o complexo esportivo situado lá, no nosso antigo Bairro São João, propicia para centenas e centenas de jovens que, ano após ano, participam das atividades esportivas da nossa SOGIPA .

Nós não desconhecemos o alto significado na sociedade porto-alegrense dessa entidade que certamente tem o seu parâmetro expressamente definido no imenso quadro de sócios - 35 mil associados -, o que demonstra a importância da integração social dessa entidade no Município.

Sinto-me muito feliz porque essa entidade hoje já não fica restrita às atividades sociais e esportivas - já se desenvolve na radiofonia e em tantos campos. E para meu gáudio - e aí peço vênia a todos para que, egoisticamente, eu diga isso - vi na SOGIPA, além do palco onde se desenvolveram grandes atletas, entre os quais alguns dos amigos muito diretos, o antigo recordista dos 100 e dos 200 metros rasos, o Kari Kopitte, o Murilo, e tantos outros, além de ter sido privilegiado em ter no velho ginásio da Av. Alberto Bins o palco de grandes embates de basquete e de vôlei, tendo visto o meu Grêmio jogar ali com Calunga, com Bebeto, com Bugio, com Canal, com Meia-Lua, eu tenho a alegria de saber que na SOGIPA de hoje pontificam, ao lado dos tradicionais associados, alguns jovens que, como eu, um dia, furtivamente, se valeram da fenda da tela para um convívio que a sociedade alemã nos propiciava. Muitos deles prosperaram e hoje, quando se olha a relação do quadro de conselheiros, a gente encontra Mello, encontra Silva, encontra Souza, encontra gente de todas as origens étnicas que formam o conjunto da SOGIPA moderna, a SOGIPA dos anos 90, a SOGIPA da virada do milênio, a SOGIPA fortalecida, respeitada, consagrada e homenageada pela Casa do Povo de Porto Alegre, que, genuflexa, se coloca na frente dos seus fundadores e diz “somos gratos por terem um dia criado as bases, lançado as sementes, para que Porto Alegre tivesse essa entidade que tanto lhe orgulha, que é a Sociedade de Ginástica Porto Alegre”.

Agradeço a todos e aos pioneiros da SOGIPA, que lançaram as sementes que frutificaram, gerando essa árvore frondosa que tantos frutos tem oferecido à sociedade e à vida esportiva de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra pela Bancada do PSB.

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sinto-me bastante à vontade para falar, nesta tribuna, da SOGIPA. Falar da SOGIPA, dentro desses seus 130 anos, é homenagear o lazer, o esporte, a cultura, mas, antes de mais nada, a comunidade. A SOGIPA é uma entidade que, ao longo dos seus 130 anos, conseguiu manter uma perfeita harmonia entre o social e o desportivo, o que é uma coisa rara na maioria dos nossos clubes, porque muitas vezes o social é visto em contemplação ou, outras vezes, o desporto. A SOGIPA consegue harmonizar isso, o que não é fácil, tendo um coletivo de 35 mil pessoas. Hoje a SOGIPA tem uma receita orçamentária que poucos municípios do Estado têm. É difícil administrar, mas quando todos estão imbuídos do mesmo objetivo, que é o de elevar, cada vez mais, o nome do clube, esse objetivo, por si só, fica mais fácil. Lembro-me que o meu primeiro contato com a SOGIPA foi, exatamente - e hoje pela manhã eu recordava isso, quando eu estava pensando o que iríamos escrever, o que iríamos dizer para a SOGIPA -, há 35 anos, e pude recordar que, ao longo desse tempo que começou em 1962, na primeira partida de basquete na Alberto Bins e depois militando mais no atletismo, descobri uma coisa: nesses 35 anos, a maioria dos fins de semana da minha vida não os passei na minha casa; passei-os na SOGIPA. Como atleta e como técnico de atletismo, durante esses 35 anos, repito, a maior parte dos fins de semana passei na SOGIPA. Isso me gratifica bastante, porque a SOGIPA realmente é um grande clube e tem uma coisa importante para a construção de um povo: a memória. Quando se tem memória, se resgata e se valoriza. É por isso que, ao recebermos aquele livro da história da SOGIPA, só temos que parabenizar, Presidente, este trabalho, porque as instituições que cultivam a sua memória são grandes. Elas são conhecedoras do esforço de cada um, e ninguém é desprezado; pelo contrário, cada um é valorizado dentro de suas potencialidades.

Quando aqui vi que várias pessoas foram citadas... Vocês vão me permitir, mas vou citar um e gostaria que, neste momento, este contemplasse a todos. Para mim, ele serviu de paradigma como dirigente esportivo: é o Dr. Arno Ary Schwuchow, que hoje tem seu nome no ginásio. Quando eu era atleta do clube oposto - sempre competi pelo Internacional -, nós tínhamos uma certa identidade, porque ele conversava com atletas de clubes diferentes, ele tinha empatia com todos. Depois, como dirigente, a mesma coisa. Ele foi uma pessoa que marcou muito, porque através dele eu soube o que é um verdadeiro dirigente esportivo. Com o Dr. Arno eu aprendi muito e por isso o admiro bastante.

Nesses 35 anos, eu vejo que o desporto amador do Rio Grande do Sul só é essa pujança graças à SOGIPA. Não consigo conceber o desporto do Rio Grande do Sul sem a SOGIPA. Eu sou presidente de um clube pequeno, que é a CETE - Associação dos Amigos do Centro Estadual do Treinamento Esportivo. E hoje, coincidentemente, tive uma graça, porque o meu filho, bicampeão brasileiro dos jogos universitários brasileiros, foi convocado para fazer parte da delegação do Rio Grande do Sul e do Brasil para representar o nosso País na Universíade, que vai ser realizada no próximo fim de semana na Sicília, Itália.

Eu parabenizo a SOGIPA, porque para mim ela é um fenômeno cultural, social e desportivo na nossa Cidade, no nosso Estado e no nosso Brasil. Parabéns, SOGIPA, nos pelos seus 130 anos, e que cada dia mais cresça, porque nós, porto-alegrenses, precisamos da SOGIPA. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para falar pela Bancada do PDT.

O SR. ISAAC AINHORN: (Saúda os componentes da Mesa.) Amigos, Senhoras, Senhores, meus colegas Vereadores. Este é um momento muito importante para a vida da Cidade. Se, de um lado, pode parecer difícil, depois de todos os oradores que passaram por esta tribuna saudando a SOGIPA, partindo da iniciativa do Ver. Lauro Hagemann, que, em oportuna e feliz iniciativa, propôs a realização desta Sessão Solene, eu diria, antes de mais nada, e de quem acompanha a vida da SOGIPA desde jovem e, mais adiante, o Dr. Fernando, com a responsabilidade de homem público, que a SOGIPA é, sobretudo, um patrimônio da nossa Cidade. Eu digo isso porque uma parte da história política, social, cultural e esportiva da vida da nossa Cidade e do nosso Estado se desenrolou e se desenrola na SOGIPA não só para seus associados, mas para o conjunto da Cidade de Porto Alegre. Eu diria que já fui a centenas de eventos realizados lá, naquele pulmão da nossa Cidade, naqueles 10 ha de preservação ambiental de nossa Cidade.

Administrar a SOGIPA - já tive a oportunidade de conversar com seus dirigentes - é uma responsabilidade de administração, verdadeiramente, de uma cidade, com toda aquela estrutura, com todo aquele patrimônio, com todo o seu corpo social.

Esse é um momento muito significativo para mim, pelas ligações que tenho com inúmeros dirigentes daquela entidade, homens que abrem mão das suas responsabilidades profissionais para manterem aquela estrutura cultural, social, esportiva, recreativa. Esse é o perfil da SOGIPA .

Eu noto e posso dizer que convivo nas festividades da SOGIPA, nas reuniões do Rotary São João, cujos dirigentes, praticamente todos, o integram, e eu fico com o coração pendendo para largar o meu Rotary do Bom Fim para aderir ao Rotary São João, porque ele vive lá dentro da SOGIPA, com obras de benemerência, obras filantrópicas. Esse é o quotidiano da história dos dirigentes e daqueles que fazem a vida da SOGIPA. Jamais imaginariam Alfred Schütt, William Bruggen, Karl Butt, Edmund Dreher e Johann Poiss que da sua modesta “Deutscher Turnverein” se passaria hoje ao que é a grandiosa SOGIPA - volto a repetir -, patrimônio da Cidade de Porto Alegre.

Eu gostaria de fazer, nesta Sessão Solene que se realiza no Conselho da Cidade - porque a Câmara Municipal nada mais é do que a representação política constituída pelo Conselho dos Cidadãos que participam do processo de administração da Cidade -, na figura de um dos mais antigos grupos existentes na SOGIPA - os Haberer - uma homenagem ao seu dirigente maior, o Sr. Valentin Braun, que mantém a tradição dos fundadores daquela Instituição. Quando lá se comparece nos festivais do chope, naqueles generosos festivais em que o chope corre solto e de graça - para alguns, é verdade -, deixa-se, meu caro Ver. Nedel, o registro num livro que se constitui no acervo não só da história dos Haberer, não só da história da SOGIPA, mas também num acervo da história de Porto Alegre. Há, nos registros do livro, nomes de figuras expressivas desde o início desse grupo que mantém as mais caras tradições da SOGIPA desde os idos de 1903. Quem sabe, meu caro Norton, nós teremos que, daqui uns anos, comemorar nesta Casa os cem anos dos Haberer, no virar do terceiro milênio? Pois isso, minhas Senhoras e meus Senhores, é a SOGIPA. E foi muito feliz o Ver. Carlos Garcia quando referiu a memória e a história da SOGIPA. E, como herança de uma raiz cultural muito forte da etnia germânica, há uma preocupação com o livro e o registro dos livros de toda a história daquilo que aconteceu. Então, de uma certa maneira, fica fácil reescrever. É uma tarefa que fica boa de se trabalhar: em cima de todo um acervo, de documentos e livros que foram cuidadosamente guardados no curso dos anos.

Portanto, a todos nós é uma satisfação, é uma alegria participar deste momento de comemoração dos 130 anos da Sociedade de Ginástica Porto Alegre. Aqui mesmo, esta Casa, e o Presidente Fernando Becker sabe disso, a Câmara de Vereadores já foi, em muitos momentos, parceira de eventos com a Sociedade de Ginástica Porto Alegre. No ano passado, juntos estivemos num dos maiores festivais de dança - e eu poderia dizer da América Latina -, um evento de natureza cultural da maior importância e que não teve aquela ressonância, aquela repercussão que deveria ter tido, pelo que representou no desenvolvimento, para a integração de pessoas, de povos, de grupos dos mais diversos segmentos de cultura, aquele festival. Por isso que eu sinto a SOGIPA com uma força e um vigor extraordinário nos seus 130 anos, e mostra que muito ainda tem a contribuir, porque os seus dirigentes vão construindo relações e parcerias de forma a integrá-la, cada vez mais, na vida cultural, esportiva e social da nossa sociedade e do nosso Estado.

Parabéns aos dirigentes da SOGIPA, parabéns aos associados da SOGIPA, parabéns aos porto-alegrenses, que têm a SOGIPA na Cidade de Porto Alegre! Parabéns a todos nós. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Jocelin Azambuja, que falará em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: (Cumprimenta os componentes da Mesa.) Este é um momento muito importante para a história de Porto Alegre e, depois de ouvir tantas manifestações belíssimas reproduzindo a história, o presente e o passado da nossa SOGIPA... Porque a SOGIPA é de todos nós. Não adianta dizer que é ou não associado da SOGIPA; todo porto-alegrense é um pouco sogipano, porque todos estamos ligados, de uma forma ou outra, à SOGIPA.

Mas eu gostaria de fazer uma reflexão que acho importante. A SOGIPA tem um compromisso muito mais forte com a Cidade de Porto Alegre, porque está inserida em um contexto importantíssimo: a SOGIPA é, praticamente, um oásis dentro das relações da nossa Cidade, porque a SOGIPA tem contribuído de forma profunda com a nossa juventude. Nós, que hoje temos tanta preocupação com o futuro dos nossos filhos, com o futuro dos nossos jovens, que nos questionamos sobre a falta de força das autoridades públicas, de segurança neste País para controlar as drogas, para se discutir esse mal que assola todas as famílias do nosso País, da nossa Cidade! E sabemos que a grande força para nos contrapormos a isso são, justamente, as mobilizações sociais através das famílias, através da ocupação dos nossos jovens de forma profunda, como através do esporte, que a SOGIPA tem tanto contribuído.

Eu lembro que, há algum tempo, nós telefonávamos para o Presidente Becker e dizíamos para ele que tinha um jovem atleta de uma periferia de Porto Alegre que gostaria de lá treinar. O Presidente Becker, imediatamente, determinava que fosse encaminhado o jovem ao departamento competente. E lá está esse jovem, saído lá da periferia de Porto Alegre e que talvez não tivesse oportunidade nenhuma em outro lugar e agora está tendo a sua oportunidade de cidadania, está tendo a oportunidade de se tornar alguém. Eu acho que essa é a principal missão da SOGIPA, não só a missão social, festiva, que todos nós gostamos e precisamos, evidentemente, mas acho que a missão social da SOGIPA, a missão do comprometimento com a juventude nesses 130 anos é fundamental, e é isso que tem que ser dignificado. Foi muito feliz o Ver. Lauro Hagemann em pedir esta Sessão Solene para refletirmos sobre esses 130 anos, que é o compromisso que a SOGIPA tem tido com as futuras gerações, com as gerações que aqui estão, com as gerações que virão e, mais do que nunca, o compromisso da SOGIPA cresce, com as suas direções, com sua estrutura de conselheiros e associados, com o compromisso social com Porto Alegre. Ela tem a responsabilidade de crescer mais ainda e de fazer frutificarem, realmente, com intensidade, melhores condições para que a nossa juventude possa ter uma opção sadia de crescimento, de força, uma opção de futuro. A SOGIPA, ao longo dos seus 130 anos, tem oportunizado isso justamente a muitos e muitos jovens e tem possibilitado que muitos deles estejam hoje num caminho excelente de vida porque tiveram a oportunidade de poder freqüentar, conviver de maneira positiva dentro da estrutura sogipana.

Não quero me alongar, porque os discursos foram belíssimos e o PTB também fez questão de vir a esta tribuna para se manifestar, porque não poderíamos deixar de homenagear a SOGIPA e dizer, Presidente Becker, a todos os dirigentes que aqui estão que nós precisamos que a SOGIPA continue crescendo, porque Porto Alegre precisa de um compromisso cada vez maior da SOGIPA para ajudar a combatermos tudo aquilo de negativo que existe na sociedade e que, justamente, através do esporte, através da mobilização, da participação das famílias, do congraçamento, da estrutura social fundamental, que é a família, para ajudar-nos a suplantar todos os malefícios que envolvem a nossa sociedade... Por isso é que precisamos que a SOGIPA continue crescendo, e a responsabilidade dos Senhores aumenta a cada dia que passa.

A Cidade de Porto Alegre agradece. Tenho certeza de que todos os prefeitos de Porto Alegre agradecem, que todos os parlamentares que passaram por esta tribuna agradecem o que a SOGIPA tem feito. E nós, cidadãos de Porto Alegre, agradecemos e pedimos que não esmoreçam, que mantenham a SOGIPA firme nos seus propósitos, porque os jovens de Porto Alegre precisam ter um futuro, precisam muito da nossa SOGIPA. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Depois das confissões feitas aqui - alguns não contaram tudo; desconfio que o Ver. Reginaldo Pujol não contou tudo -, eu estava puxando pela memória e lembrei-me dos idos de 1957, quando cheguei de Ijuí, onde tem a Sociedade Ginástica Ijuí, com as mesmas características da SOGIPA. Nós morávamos na esquina da Cel. Vicente com Alberto Bins e, quando tinha baile na SOGIPA, a gente dava um jeitinho. A turma se encontrava, ia ali para a frente e dava um jeitinho de entrar. Hoje é mais difícil. (risos)

Teremos agora a apresentação do Coral do Departamento de Plenitude da SOGIPA, regido pela Sra. Odete Krohn, que cantará as seguintes músicas: “Holleri”, “Sereno” e “Heveno Shalom”.

(São entoadas as canções.)

Temos o prazer da passar a palavra ao Presidente da SOGIPA, Sr. Fernando Carlos Becker.

O SR. FERNANDO CARLOS BECKER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A homenagem que a SOGIPA recebe nesta Casa hoje está entre as mais importantes da história do clube. É um orgulho para nós da SOGIPA comparecer na Casa do Povo de Porto Alegre e ouvi-los saudar o clube que todos nós amamos.

Ao olhar em volta percebo que a trajetória da SOGIPA realmente emociona as pessoas. Essa ligação profunda da cidade com o clube vem de longe e não se deve somente aos 130 anos de história; deve-se, principalmente, ao espírito empreendedor dos imigrantes alemães que aqui chegaram em 1867. Com eles vieram suas tradições, sua cultura e principalmente seu envolvimento com o esporte. Essas características confundiram-se ao longo dos anos com o espírito do gaúcho. O Rio Grande do Sul foi sempre uma terra de homens tenazes, de pessoas perseverantes e obstinadas. O espírito gaúcho, forjado através de lutas e batalhas ao longo de sua história, assimilou a mesma força e a vontade de vencer dos imigrantes.

É bom recordar que os 25 imigrantes alemães que fundaram a SOGIPA em 1867 traziam consigo a mesma vontade de progredir existente nos gaúchos. Lutaram e enfrentaram problemas e dificuldades das mais diversas. Certamente, estariam orgulhosos do clube que veriam hoje. A SOGIPA é uma entidade com 35 mil sócios e uma sede invejável; possui títulos de beleza e esportivos em todos os níveis; investe forte nos esportes olímpicos e já teve diversos atletas disputando olimpíadas. Hoje, quando a Câmara de Vereadores realiza esta solenidade, queremos transferir a homenagem à população de Porto Alegre, aos sócios e a todos aqueles que aprenderam a amar o clube. O nosso patrimônio, saibam, é o respeito e o carinho que a sociedade tem pela SOGIPA. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Recebi aqui uma mensagem muito especial que é desejar felicidades ao Departamento de Punhobol, que está disputando o Torneio Mundial na Alemanha, neste momento. Estamos todos, então, desejando que eles, lá, estejam vencendo.

Gostaria de convidá-los para ouvir o Hino Rio-Grandense.

(É executado o Hino Rio-Grandense.)

Antes de encerrarmos, mais uma lembrança eu gostaria de fazer. Conheço um casal, que já passou dos 80 anos, que sempre me contam a história de que se conheceram na SOGIPA. São eles Leo e Vilma Holzmann, meus sogros.

Nós agradecemos a presença de todos. Foi uma honra para nós, junto com os demais Vereadores que estiveram presentes, poder saudar esses 130 anos da Sociedade de Ginástica Porto Alegre. Está encerrada a Sessão.

(Encerra-se a Sessão às 16h55min.)

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